A Gestão Da Vida Capital E A Constituição Do Homo Dispensatio
Abstract
Iniciamos o resumo com a seguinte questão: o que significa afirmar que a vida tornou-se um capital? Michel Foucault problematiza este tema, quando assinala que o biopoder está ligado ao capitalismo. Neste caso, trata-se de compreender como o aumento e o confisco das riquezas supõem o desenvolvimento de poderes que capturam as forças vitais para fazer com que participem do processo de criação de riquezas. Qual outra questão fundamental acoplada a esta pode ser ressaltada? Que o capitalismo contemporâneo está estritamente ligado à produção dos modos de subjetivação. Em Nascimento da biopolítica, Foucault mostra como o capitalismo faz um apelo aos homens para construírem suas vidas como um empreendimento. Alude-se ao homo dispensatio como um sujeito que considera-se a si mesmo como um capital a ser valorizado. Tem-se, assim, a percepção de um “capital humano” gestado como “um mercado de vidas”, através de uma biogovernamentalidade neoliberal, regulando-se a conduta dos sujeitos a partir de um lugar da verdade, o mercado. Propomos a constituição de uma nova subjetividade: o homo dispensatio. Ao traçarmos a relação entre a gestão da vida como capital e a constituição desta subjetividade inédita, destacaremos o que tal situação acarreta do ponto de vista ético e político