Cognitio 24 (1):e60743 (
2023)
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Abstract
Este artigo analisa a crítica de Arthur C. Danto à hermenêutica enquanto teoria que, segundo ele, incorre em uma noção de “interpretação profunda” que exclui a referência ao artista. Apesar dessa crítica, analisaremos a proximidade entre uma noção de interpretação da hermenêutica de Paul Ricœur à noção de interpretação que Danto propõe na sua teoria da arte. Nosso foco é a noção de interpretação “transfigurativa” que concerne à transformação do objeto comum em obra de arte. Essa contribuição de Danto para a análise da obra de arte permite aproximar sua noção de interpretação e a de Ricœur pelo que elas têm em comum: a ênfase no questionamento do real por meio da obra de arte e no modo como a obra é constituída por meio de uma interpretação e de uma transfiguração. Danto e Ricœur abordam as obras referindo-se a noções de interpretação que resultam em processos de redescrição e de transfiguração.