Abstract
O presente artigo tem como objetivo apresentar o conceito de pré-aparência artística como antecipação transgressiva no pensamento de Ernst Bloch. Parte-se da hipótese interpretativa de que a estética utópico-concreta blochiana é sustentada na relação entre as categorias da pré-aparência e da transgressão. O artigo problematiza as interpretações do conceito de pré-aparência antes de expor as duas questões centrais da estética para Bloch: a aparência e a verdade da obra de arte. Segundo ele, a aparência da obra de arte não é a fonte do teor de utopia concreta presente na obra, mas sim a expectativa bem fundada nela. Assim, na expectativa bem fundada da obra, pode-se problematizar a questão da verdade na/da obra de arte, uma vez que a estética blochiana não abandona o mundo real, mas permanece imanente.