Abstract
ResumoO artigo apresenta alguns dos elementos centrais do livro Como nasce o novo. Experiência e diagnóstico de tempo na Fenomenologia do espírito de Hegel, publicado em 2018 e composto de três partes, precedidas de uma breve introdução. No miolo do livro se encontra a tradução para o português do texto da Introdução à Fenomenologia do espírito, tendo ao lado o texto original em alemão. A terceira e última parte do livro, a mais extensa, analisa e comenta a Introdução. Essas segunda e terceira partes do livro vêm precedidas de uma Apresentação relativamente longa, cujo desenvolvimento em separado se impôs em razão da necessidade de procedimentos adicionais de justificação em relação a questões como a da posição do livro de 1807 no conjunto da obra de Hegel, de sua sistematicidade interna e de seu peculiar diagnóstico de tempo, assim como em relação a considerações indicativas e programáticas sobre possíveis conexões dessa interpretação com a Teoria Crítica. Tal olhar permite vislumbrar uma interpretação não metafísica de Hegel que pode evitar as violências exegéticas que costumam acompanhar um empreendimento dessa natureza. Nesse sentido, o livro propõe interpretar a Fenomenologia em termos de um modelo filosófico que subsiste por si mesmo, independentemente dos escritos anteriores e da obra posterior de Hegel. Tal caracterização se faz por meio do que o livro resume sob a expressão “condições intelectuais de produção”, o que implica não apenas reconstruir o diagnóstico de época e o diagnóstico de tempo de Hegel no momento da redação da Fenomenologia, mas igualmente o padrão de sistematicidade que adotou para redigi-lo.AbstractThe article presents some of the central elements of the book Como nasce o novo. Experiência e diagnóstico de tempo na Fenomenologia do espírito de Hegel, published in 2018 and composed of three parts, preceded by a brief introduction. At the heart of the book is the translation into Portuguese of the text of the Introduction to the Phenomenology of Spirit, side-by-side with the original German text. The third and last part of the book, the most extensive, analyzes and comments the text of the Introduction. These second and third parts of the book are preceded by a relatively long Presentation, whose separate development was imposed by the need ofadditional justification procedures in relation to issues such as the position of the 1807 book in Hegel’s work as a whole, its internal systematicity and diagnosis of time, and – although only through indicative and programmatic considerations – the relation to possible connections of the interpretation with Critical Theory. Such an interpretation aims at allowing a glimpse to a nonmetaphysical interpretation of Hegel that can avoid the exegetical violence that usually accompany an undertaking of this nature. In this sense, the book proposes to interpret the Phenomenology in terms of a philosophical model that subsists on its own, regardless of Hegel’searlier writings and later work. Such characterization is done by means of what the book summarizes under the expression “intellectual conditions of production”, which implies not only reconstructing the time diagnosis Hegel had at the moment in which he wrote the Phenomenology, but also the pattern of systematicity that he adopted to produce it.