A Inovação Tecnológica e a Formação Nas Humanidades

Thaumàzein - Rivista di Filosofia 13 (26):15-24 (2020)
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Abstract

O artigo discute a centralidade da inovação na gramática discursiva da educação contemporânea a fim de refletir sobre as possibilidades de inovar nas Humanidades. Para tanto, realizou-se uma historicização do campo das Humanidades mapeando a rede de sentidos em que o termo Humanidades emergiu e da qual provêm. Analisou-se que a primeira referência de “humanidade” remonta aos autores da Antiguidade Latina, quando o termo grego Paidéia é traduzido por Humanitas significando “filantropia”, “cultura geral” ou “amor à humanidade”. Já na tradição cristã, a expressão littera humaniores passa a ser utilizada para se referir aos textos laicos e distinguir-se dos textos de caráter sagrado. Nessa variação, destaca-se o uso do termo Humanidades pela Ordem dos Jesuítas, que o toma como campo de saber a ser ensinado. O uso do termo com esse sentido e a possibilidade de falar em ensino de Humanidades parece emergir com o modelo jesuíta e seu método escolástico. Tal modelo de ensino impactou as colônias espanholas nos séculos XVI ao XVIII e se coloca como uma das condições de possibilidade para a compreensão de ensino em Humanidades no presente. Diante do imperativo da inovação para o ensino de Humanidades na contemporaneidade, atentamos para o âmbito da formação. Formar pessoas não está desvinculado do ensino, mas o extrapola. As Humanidades constituem o campo do saber que assume, como condição básica, além da tarefa de instruir, a de formar pessoas para transformar o ser. Conclui-se, portanto, que a inovação nas Humanidades tem um papel mais fundamental que em outras áreas pois a produção do novo é mais radical e extrapola uma utilidade imediata. A inovação nas Humanidades requer o cultivo de um pensamento crítico, que ultrapassa o imediatismo, a padronização, a superficialidade, a banalização e a exclusão. Em sua finalidade, a formação em Humanidades pode encontrar meios para seu devir nas inovações tecnológicas, porém, tais inovações não são condições necessárias tampouco suficientes para inovar nas Humanidades.

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