Odeere 6 (1):7-37 (
2021)
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Abstract
A institucionalização da agenda anti-racista no Estado configurou-se como parte das estratégias de luta e resistência dos movimentos afrodescendentes na América Latina. O objetivo deste artigo é oferecer uma ferramenta para analisar os padrões de interação na ocupação de cargos burocráticos por militantes de movimentos afro-latino-americanos, ocorridos entre 2000 e 2016, a partir da experiência de militantes em três países: Brasil, Equador e Venezuela. Desenvolve-se a categoria “fora-dentro-de fora” como uma categoria de fluidez, ambiguidade, inadequação e infiltração que permite discutir o lugar difuso e marginal ocupado por militantes afrodescendentes entre as fronteiras Estado-Sociedade e, ao mesmo tempo, destacar o racismo, a través da construção dos corpos negros como “corpos impolíticos”, como um dos fatores que caracterizaram a experiência de ocupação dos espaços públicos.