Abstract
Pretendo abordar de modo breve como, diferentemente da tradição francesa, MerleauPonty leu Proust à luz freudiana, podendo, assim, insistir num problema fundamental da sua fenomenologia: a temporalidade. Para tal abordagem, realizarei um exame da possível intersecção do caso do membro fantasma com a noção de sedimentação descrita pelo filósofo. Com esse procedimento, compreenderemos o recurso de Merleau-Ponty aos escritos de Proust, notadamente, ao conceito de “tempo”. Veremos, entretanto, que este recurso está largamente em interface com noções da clínica freudiana.