Abstract

A ambição do presente artigo é tripla. Busca-se a contextualizar a questão dareligião no recente trabalho de Charles Taylor. Ao mesmo tempo, aborda-sea necessidade de confrontar a contra-narrativa do secularismo, em Taylor,com a leitura incisiva e pós-weberiana de Marcel Gauchet do cristianismocomo uma “saída da religião”. Finalmente, examina-se a historiaperspectivista e a decisão em favor do catolicismo em Taylor. Na análisefinal, defende-se que o perspectivismo de Taylor abandona o projeto detransformar a religião numa razão subjetiva para limitá-la a um subjetivismoque abraça a ordem e o poder institucional em nome da prevalência dabenevolência. No entanto, ao reforçar a sua fé pessoal ao catolicismo, Taylorenfraquece inevitavelmente o seu propósito geral de transformar a filosofiamoral cristã numa filosofia pública de ambição universalista.My aim in this article is threefold. I seek to contextualize the question ofreligion in Charles Taylor’s recent work. I blend this task, however, with aneed to confront Taylor’s theory of secularism as fending off Marcel Gauchet’sincisive post-Weberinan reading of Christianity as producing an “exit fromreligion”. Finally, I examine Taylor’s perspectivist history and theory ofsecularism. Ultimately, I argue that Taylor’s perspectivism forsakes aconception of religion as subjective reason for a subjectivism that embracesorder and institutional power in the name of benevolence. By reinforcing hispersonal faith in Catholicism, Taylor inevitably weakens his otherwise solidand important claim to participate in the transformational unfolding ofChristian moral philosophy into a bona fide public philosophy withuniversalist ambitions