Abstract
Em busca da relação profícua entre Psicanálise e História, procura-se, neste artigo avaliar como Carlo Ginzburg, em sua trajetória intelectual e acadêmica, discutiu Freud e a Psicanálise à luz da Micro-História. Para tanto, a obra de Ginzburg Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história tornou-se um manancial para esta busca. Nos capítulos Sinais: raízes de um paradigma indiciário e, principalmente, Freud, o homem dos lobos e os lobisomens, Ginzburg discute criticamente as interpretações de Freud sobre o seu caso clínico mais importante, um paciente russo de nome Serguei Constantinovitch Pankejeff, conhecido como O Homem dos Lobos. Ginzburg não deixa de reconhecer a magnitude da obra de Freud, mas aponta suas limitações como não considerar suficientemente a formação cultural de seu paciente e dar um enfoque maior a individuação. Ginzburg permitiu, ainda, demonstrar em sua obra a importância da Psicanálise na elaboração do conceito fundamental à MicroHistória, o paradigma indiciário.