Abstract
O presente artigo versa sobre a busca de critérios e motivações econômicas que contrastem com a lógica instrumental predominante nos dias de hoje. O nosso percurso teórico partirá da distinção entre economia formal e substantiva, conforme enunciada por Karl Polanyi, passará pela crítica à lógica utilitarista, chegando à exigência do resgate de critérios em desuso, como o dom e a reciprocidade, presentes nos carismas. Aproximamo-nos, assim, do carisma e do pensamento de Chiara Lubich, perscrutando nesses os elementos antropológicos e a lógica relacional que sejam capazes de infundir a economia. Entendemos que, como realidade comunitária, o carisma engendra e fortalece, nas relações, a dinâmica do dom, sendo, assim, capaz de realocar a lógica instrumental para aquelas relações que são estritamente instrumentais. Por fim, apresentamos a Economia de Comunhão como exemplo concreto de realização econômica que busca estabelecer novas formas de pensar e agir na economia.