Abstract
O que o filósofo canadense Charles Taylor chamou de ética da autenticidade foi o deslocamento do acento moral do geral para o particular. Assim sendo, fala-se de um significado moral independente e crucial para formar seres humanos verdadeiros e completos segundo a lógica do mundo atual. Este estudo compõe-se de uma pesquisa bibliográfica por meio da qual pretende demonstrar as consequências dessa nova forma de eticidade para o funcionamento dos regimes ditos democráticos, vez que, estes carecem bem mais do que o voto para um bom funcionamento das instituições públicas. Logo, se uma das características desse modelo ético é, exatamente, uma sociedade fragmentada, onde as inciativas dizem respeito apenas a interesses individuais ou corporativos, cresce – cada vez mais – o sentimento de que o eleitorado é indefeso contra o Estado que não é mais democrático, mas transvestido por um “despotismo suave”.