As Condições De Vida Dos Professores Primários Da República Ao Fim Da Ditadura
Abstract
Os professores primários portugueses constituíram na década de 1920 um movimento organizado e activo na defesa da educação popular. Eram já um grupo com forte poder reivindicativo, organizado em torno a União do Professorado Primário Oficial Português . Publicava uma revista – O Professor Primário – e realizavam congressos com regularidade. Fundaram um Monte Pio e o Instituto do Professorado Primário Oficial Português . Com a Ditadura, desmantelado o movimento sindical, o grupo profissional vai aparecer como o mais submisso e conformista. Pretendemos compreender esta passagem de um associativismo actuante a um conformismo silencioso e um pensamento e práticas arcaicas. Para isso analisámos os processos e candidatura de filhas e filhos e professores primários ao IPPOP entre 1915-1985. Identificámos o número de famílias de professores que esses processos representavam. Procurámos caracterizar essas famílias tendo em conta vários aspectos dos quais apresentaremos apenas dados relativos a: origem geográfica dos professores/as, profissão o cônjuge do professor/a, número de filhos, estado civil e condições socioeconómicas. Este trabalho constitui em Portugal uma primeira abordagem às condições de vida do professorado primário rural. Logrou evidenciar especificidades face a outros países e que explicam a passividade demonstrada até ao final da Ditadura