Abstract
Neste artigo, busco elucidar a noção de política segundo Hannah Arendt a partir de um questionamento proveniente da sociologia de Ulrich Beck. Na medida que H. Arendt pensa a política como uma condição dependente da continuidade material assegurada por um mundo artificialmente construído, e U. Beck identifica na modernidade de risco o surgimento de uma série de instabilidades naturais socialmente iniciadas, pergunto em que medida tal transformação do mundo humano afeta a política tal como foi pensada pela autora. A partir disso, reconstruo a leitura de H. Arendt acerca da relação da política com a condição humana, buscando elucidar tanto o sentido ético da política enquanto atividade reguladora de nossa liberdade (como visualizado pela autora), quanto o que significa pensar o ser humano como um animal livre e condicionado ao mesmo tempo.