Abstract
No presente texto propomos uma perspectiva multiespecífica para a análise da biopolítica. Partindo da situação da emergência da pandemia do COVID-19, tomada dentro do contexto das mutações ecológicas do Antropoceno, argumentamos que, para além da atenção voltada às operações das diversas experiências e dispositivos biopolíticos sobre o corpo humano – corpo individual ou corpo social – deve-se trilhar por uma via expandida que leve também em consideração, conjuntamente (e não por exclusão), os efeitos dessas operações sobre formas de vida outras-que-humanas, tomando termos como meio ambiente e natureza não apenas pelo prisma de serem recursos geridos finalizando a condução da conduta humana, mas como meios vivos, igualmente.