Abstract
Foucault no curso Segurança, Território e População, proferido entre janeiro e abril de 1978, dedica boa parte de suas aulas a fazer um exame do que identifica como poder pastoral. Em qual contexto surge esta problematização? De que maneira o poder pastoral se implicaria a estratégias de governamentalidade direcionadas por proposições econômicas? E, ampliando o horizonte de questionamento, cabe-nos examinar quais os vestígios do poder pastoral que poderíamos encontrar nas relações entre credores e devedores, em relações vinculadas à constituição de “sujeitos de necessidades”. A partir dessas questões, pretendemos examinar, dentre os múltiplos modos da biopolítica se infiltrar em nossas vidas, a preeminência de um poder pastoral comprometido com uma lógica de endividamento da existência.