Abstract
O artigo se propõe a cumprir dois objetivos: a) avaliar em que sentido podemos atribuir autossuficiência aos famosos quatro preceitos metodológicos da Segunda Parte do Discurso do Método; b) propor uma leitura destes preceitos que considere seu entorno, as outras obras metodológicas e o pensamento cartesiano como um todo, mas, principalmente, que reavalie elementos metodológicos tanto pouco quanto excessivamente valorizados. As conclusões correspondentes mais importantes são: (1) os quatro preceitos do Discurso contêm a totalidade do método, mas apenas de uma forma condensada; e, como tais, eles não são autocompreensíveis; 2) uma boa compreensão do método deve englobar outros textos (a começar pelos que compuseram a publicação de 1637), mas principalmente deve calibrar o peso de cada preceito em razão de sua função e do que lhe é atribuído executar, sendo o segundo o mais depreciado dentre eles.