Abstract
Para Heidegger, a filosofia até então fora metafísica e enquanto tal chega a seu acabamento na era tecnológica, ou seja, a modernidade atinge seu auge com a inauguração da autonomia das ciências particulares pela linguagem cibernética. O filósofo chama a atenção para um pensamento capaz de pensar além da metafisica e da essência da técnica que tem dominado a compreensão do habitar humano no mundo. Redescobrir um pensar que não seja nem metafísico nem técnico é o que Heidegger chama de a tarefa do pensamento. Vejamos que tanto a metafísica quanto a técnica estão acentuadas em um mesmo fundamento, consequentemente em uma mesma noção de verdade, a verdade enquanto concordância, enunciativa e enquanto ente. Nesta concepção de verdade também a filosofia habita enquanto metafísica, por isso na tarefa do pensamento a filosofia deve superar-se e buscar uma nova compreensão para o que é verdadeiro, deve ir às origens do pensamento grego e resgatar o significado de alétheia, desvelamento. Pensar é desvelar o que está velado. A tarefa do pensamento passa a ser encaminhada à hermenêutica, não por mera arbitrariedade, mas sim pela própria necessidade de se pensar originariamente. Só a hermenêutica pode ainda pensar o que é digno de ser pensado, o que ainda não foi alcançado pelo pensamento metafísico e pelo enquadramento técnico que move a habitação do homem no mundo, pois é a abertura que possibilita todo apresentar-se, essa abertura é a clareira do Ser.