Cognitio 20 (2):378-391 (
2020)
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Abstract
Por mente resiliente, quero dizer a capacidade de toda mente de lidar com a dureza da alteridade, que exige um esforço contínuo para permitir o desenvolvimento de hábitos de conduta. O predicado da resiliência vem da capacidade da mente de se autocorrigir, cada vez que esses hábitos perdem sua eficiência mediativa, exigindo, portanto, a reconstrução de novas mediações cognitivas como hábitos de ação. Neste artigo, proponho refletir sobre o conjunto de interpretantes semióticos proposto por Peirce com o objetivo de explorar sua faceta habitual. Com esta linha de análise, pretendo mostrar que a resiliência é uma propriedade necessária que toda mente deve ter no mais alto grau para lidar com o conflito entre interpretantes emocionais e lógicos, onde a predominância do primeiro em detrimento do segundo pode gerar situações agudas de sofrimento psicológico bloqueando o acesso a representações que, de outra forma, poderiam romper a força bruta da alteridade.