La veneciana Arcangela Tarabotti (1604-1652) fue encerrada por su padre en un convento de clausura a la edad de once años y pasó allí toda su vida en contra de su voluntad. Este hecho, que marcó profundamente su obra, fue decisivo para que Tarabotti desarrollase un pensamiento filosófico que, en los inicios de la modernidad, intentaba pensar a las mujeres e incluirlas en tanto que sujetos racionales en los nuevos sistemas de pensamiento. Tomando como referencia dos de sus obras (...) más decisivas, Tiranía paterna y Las mujeres son de la misma especie que los hombres, en este artículo trato de poner en valor y reivindicar como centrales en la historia del pensamiento universal sus ideas de humanidad, mujer, libertad y salvación, ordenadas en dos sub grupos: metafísica y política. Son destacables tanto su noción del ser humano en tanto que materia e idea divina, como el acceso a la salvación —central en su pensamiento por creerse pecadora y eternamente condenada al no haber decidido libremente su encierro monástico— a través de la humanidad. Todo ello acompañado de una noción de libertad individual que, lejos de ser medida y amparada por las instituciones civiles, Tarabotti busca en el estado previo de naturaleza. (shrink)

This essay examines how two seventeenth-century feminists use the language of slavery and servitude to describe and protest the domination of women and girls. From their experiences of being forcibly confined to convents at a young age, Arcangela Tarabotti and Gabrielle Suchon demonstrate how the deprivation of knowledge, the restriction and destruction of social and kinship relations, and the impediments to the exercise their free wills impose upon them forms of slavery. The language of “slavery” and “servitude” plays a (...) distinctive role in their writing, the examination of which locates them in wider traditions of moral and political thought, helps us to understand their complaints, and allows us to appreciate their innovative, feminist adaptations of these discourses. The essay concludes with some reflections on how to think about the use of the idiom of slavery applied to the oppression of white Europeans, which is so common in the early modern period, contemporaneous with the rise of the transatlantic slave trade. (shrink)

L’article retrace le parcours biographique et littéraire de trois lettrées vénitiennes de la fin du XVIe siècle et de la première moitié du XVIIe et tente d’éclairer leur contribution à une réflexion sur le statut d’écrivaine. Bien que leurs destins de femmes – milieu et place dans la société – et leurs choix d’écriture divergent, Moderata Fonte, Lucrezia Marinella et Arcangela Tarabotti élaborent une pensée similaire sur la question. Leur expérience personnelle – conditions d’étude et accès à la publication (...) – est le point de départ de leur méditation. Dans les écrits qu’elles nous ont laissés, elles dressent un constat sombre et pessimiste : l’hostilité souvent violente de la société et des représentants de la culture rend impossible, sauf pour de rares exception dont elles font partie, la pratique féminine de l’écriture. La dénonciation d’une situation d’inégalité criante entre les hommes et les femmes, s’accompagne de l’ébauche d’un projet de réforme sociale prévoyant le libre accès des femmes à l’étude. (shrink)

ABSTRACTIn the debate about the worth of women in sixteenth and seventeenth century Italy three pro-woman authors of the period, Moderata Fonte, Lucrezia Marinella, and Arcangela Tarabotti, develop...

É largamente reconhecido no interior dos estudos das Humanidades, em especial no campo da Filosofia, a lacuna deixada acerca da compreensão do papel das mulheres e da sua produção intelectual no pensamento filosófico. Tal preocupação deve-se, em grande parte, à produção divulgada por outras áreas de estudos, como as de gênero e da teoria feminista. No caso do campo filosófico, trata-se de reconhecer que a história da filosofia nunca foi feita só por homens, ainda mais quando se tratou da defesa (...) da liberdade das mulheres e da sua luta por inserção e reconhecimento intelectuais. Neste sentido, este trabalho visa analisar comparativamente três discursos em defesa da liberdade das mulheres, escritos por duas jovens autoras e um autor, em momentos distintos. Em primeiro lugar, temos o discurso de um jovem professor de retórica, Lorenzo Valla, contido no seu diálogo Do Prazer, de 1431; em segundo, temos o diálogo Il Merito delle Donne, da escritora veneziana Moderata Fonte, publicado postumamente em 1600; e, por fim, o texto da Tirannia Paterna, de outra escritora veneziana, a filósofa Arcangela Tarabotti, publicado postumamente em 1654. Em todos os três casos, tratam-se de discursos endereçados aos homens, em repúdio por seus crimes cometidos contra a liberdade das mulheres e o livre-arbítrio em geral. Desse modo, tomando como eixo de análise a semelhança temática entre tais textos, será de nosso interesse observar a relação entre o ethos dos falantes com o self dos autores nessas três orações distintas, levando em consideração ainda o gênero de discurso, a audiência, os efeitos retóricos e o contexto em que as obras se inscreveram. (shrink)

Traces women's defence of their moral and spiritual equality with men, from the works of Christine de Pizan, through Marguerite of Navarre, Madeleine de Scudéry, Arcangela Tarabotti, to Mary Astell and Mary Wollstonecraft, arguing that although she appears not to have been aware of these precursors, the arguments they developed paved the way for her feminism.