Abstract
O presente artigo aborda, inicialmente, as duas implicações da epoché fenomenológica, traduzida pela ideia da “perda” e do “ganho” do mundo. Em seguida, mostra que a pergunta pelo sentido desta “perda” e deste “ganho” revela uma dupla preocupação de Husserl: assegurar a afirmação da existência do mundo e promover a elucidação do sentido do mundo. Conclui-se que esta dupla preocupação revela um tipo de circularidade: o mundo somente se revela objetivamente em sentido pleno por meio de um método que não pode deixar de afirmar a existência do mundo. Tal afirmação supõe, por sua vez, uma doação de sentido e, por conseguinte, uma consciência originária.