O ANTIPLATONISMO KELSENIANO COMO NÚCLEO ARGUMENTATIVO DA SUA TEORIA JURÍDICA

Dissertation, (2019)
  Copy   BIBTEX

Abstract

A tese defende o antiplatonismo presente na obra do jusfilósofo Hans Kelsen como núcleo argumentativo da sua teoria do direito. Sustenta que a melhor definição da sua filosofia não é como neokantiana, mas como antiplatônica. Isso porque há significativas inconsistências na sua interpretação de Kant, o que a impossibilita de ser classificada como tal. Além, encontra-se na sua leitura sobre Platão referências mais sólidas e conceitos mais claros. Nesse sentido, advoga a hipótese de que a obra de Kelsen tem como constante e como chave de entendimento a sua objeção e contestação às teses de Platão, sobretudo a questão da separação entre alma e corpo, isto é, forma e matéria. O primeiro e segundo capítulos defendem a hipótese da inconsistência das teses de Kelsen sobre Kant. Entende que a sua pressuposição de contradição entre a razão pura e a razão prática, assim como a ideia de uma contradição entre ser e dever-ser, não se sustenta considerando as próprias obras de Kant e a literatura especializada sobre o autor. No segundo capítulo apresenta a sua leitura sobre Platão, concentrada na obra A Ilusão da justiça (Dei Illusion der Gerechtigkeit). O quarto capítulo expõe, sopesando seu antiplatonismo, as duas principais referências teóricas para Kelsen a par de Kant, isto é, as teorias de David Hume e Sigmund Freud. O quinto capítulo demonstra como o antiplatonismo de Kelsen articula com os principais conceitos de suas teses, isto é, mostra que mesmo refutando a classificação do autor como neokantiano, conceitos como norma fundamental, liberdade, o monismo entre direito e Estado, monismo entre direito internacional e nacional e o problema da decisão judicial possuem justificativa e base filosófica coerente. Finalmente, conclui com a possiblidade da ideia de uma teoria kelseniana do direito desvinculada do neokantismo e fundada sobre os pressupostos céticos humeanos e freudianos, tanto moral, quanto teórico, ou seja, reconhece a unidade das obras do autor, desde que condicionada a sua interpretação como antiplatônica.

Links

PhilArchive

External links

  • This entry has no external links. Add one.
Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

Dos dogmas del antiplatonismo.Patricio Peñalver Gómez - 2000 - Daimon: Revista Internacional de Filosofía 21:107-128.
Dos dogmas del antiplatonismo.Patricio PeÑ, Alver G.Ó & mez - 2000 - Daimon: Revista Internacional de Filosofía 21:107-128.
A Coerção Emkant E Kelsen - Um Estudo Preliminar.Jose Heck & Sidney da Silva - 2000 - Philósophos - Revista de Filosofia 5 (1):95-118.
Los argumentos del antiplatonismo.Guillermo E. Rosado Haddock - 1986 - Diálogos. Revista de Filosofía de la Universidad de Puerto Rico 21 (47):151.
O conceito de direito na filosofia moral gadameriana.Saulo Monteiro de Matos - 2012 - Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica E Teoria Do Direito 4 (1):90-101.

Analytics

Added to PP
2022-02-23

Downloads
128 (#142,382)

6 months
47 (#90,662)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Author's Profile

Rubin Souza
São Paulo Law School - FGV/SP

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

No references found.

Add more references