Abstract
A figura de Spinoza, com o seu sonho louco de querer desenvolver uma filosofia total “conforme a ordem da geometria”, como se esta ordem fosse intangível e fixa uma vez por todas, cristaliza particularmente bem as dúvidas que o espírito de sistema pode fazer nascer. Não somente ele representa a caricatura de uma metafísica que gostaria de se fazer passar por ciência, mas esta ciência, ela mesma, aparece como a caricatura de uma racionalidade arrogante e dobrada sobre ela mesma. Explicar de que maneira pode-se, hoje, reivindicar este espírito sem cair sobre tais críticas: este será o meu principal objetivo neste artigo.