Teoria crítica e psicanálise: um processo de aprendizado de Adorno, através de Habermas, até Honneth
Abstract
Neste texto tenho como objetivo mostrar que um processo de aprendizado pode ser identificado se situando nas três gerações da Escola de Frankfurt, a respeito dos componentes psicológicos de suas perspectivas e a maneira com que estes componentes influenciam a capacidade descritiva e normativa das teorias em geral nas quais eles estão incrustados. Através desta análise crítica de seus elementos psicanalíticos, a Dialética do esclarecimento surge como uma obra que, enquanto advogando para a libertação racional e instintiva da opressão, não pode prever realisticamente uma superação prática da ordem social dada (I). A perspectiva habermasiana possui esta capacidade, contudo, ainda não consegue implantar completamente seu momento emancipatório. Devido ao redutivo uso da psicanálise, substancialmente restrito à sua rendição da abordagem freudiana em Conhecimento e interesse, Jürgen Habermas renuncia a capacidade de entender as dinâmicas fundamentais da reprodução da dominação (II). A concepção psicanalítica subjacente à teoria de Axel Honneth do reconhecimento (III) é capaz de superar limitações de abordagens anteriores, portanto constitui a culminação do processo de aprendizagem destacado em meu texto – todavia com a reserva do que exponho (IV).