Abstract
Resumo: A Segunda consideração extemporânea geralmente é tida em conta por filósofos e historiadores, em razão de sua crítica ao que Nietzsche classifica como “doença histórica”,. Isso por uma boa razão: a crítica de Nietzsche tem como alvo não apenas a famosa tríade composta por historiadores monumentais, antiquários e críticos, mas também suas modalidades contemporâneas em historiografia e teleologia científicas. O que frequentes vezes é desconsiderado é que o próprio Nietzsche expõe - ainda que numa retórica altamente estilizada - uma concepção afirmativa da história. Essa concepção, como eu proponho, faz o leitor retornar ao enunciado que inaugura o livro, qual seja, o Ceterum Censeo, de Goethe. A demanda de Nietzsche de que a história serve à vida é uma nova aplicação da teoria de Goethe do crescimento morfológico como consequência de forças polares concorrentes para o reino da história. Uma vez que Goethe tinha os organismos vivos como a crescer por meio de forças em concorrência, também Nietzsche entendia que os indivíduos e culturas cresciam por meio de uma história considerada, acima de tudo, uma espécie de arena competitiva em que se expressam impulsos antagonistas.: The second Untimely Meditation is usually regarded by philosophers and historians for its critique of what Nietzsche labels ‘historische Krankheit’. This is for good reason, as Nietzsche’s critique not only targets the famous triad of Monumental, Antiquarian, and Critical historians, but also his contemporary fashions in scientific historiography and teleology as well. What is too often overlooked is that also Nietzsche exposits -- albeit in highly-stylized rhetoric -- an affirmative vision of history. This vision, I argue, returns the reader to the opening sentence of the book, namely, the Ceterum Censeo from Goethe. Nietzsche’s demand that history serve life is a novel application of Goethe’s theory of morphological growth as a consequence of polar competing forces to the realm of history. As Goethe thought living organisms grow by means of intrinsic competitive forces, so Nietzsche thought individuals and cultures grow by means of a history that is, above all, considered as a sort of competitive arena in which to express antagonistic drives.