Redução performativa e medialidade. A janela da Fenomenologia Meôntica

Revista de Filosofia Aurora 31 (53) (2019)
  Copy   BIBTEX

Abstract

O presente artigo apresenta um estudo detalhado sobre a dimensão performativa implícita na redução fenomenológica a partir de uma análise das obras de Edmund Husserl e da sua reinterpretação nas contribuições de Eugen Fink. Atribuindo à função do espectador transcendental a estrutura de janela, estrutura esta previamente desenvolvida nas pesquisas sobre os atos das presentificações em geral e sobre a consciência de imagem em particular, Fink consegue demonstrar a medialidade característica da redução, verdadeiro centro operativo da fenomenologia. Essa função medial — situada, como uma janela, entre o âmbito mundano e a esfera transcendental — será um elemento fundamental tanto para o desenvolvimento da fenomenologia constitutiva de Husserl e suas análises sobre a história transcendental, quanto para a teoria transcendental do método e sua tematização pelo pensamento fenomenológico in fieri, bem como para a declinação meôntica da fenomenologia proposta por Fink. Neste sentido, a operação da redução será radicalizada numa performance que pretende “fissurar” a “superfície da vida transcendental”, criando aí uma abertura ao transcendental. A partir deste topos medial, o espectador transcendental se torna, portanto, uma espécie de panopticum “não envolvido” e “imparcial” do jogo da constituição, o qual ele pode enxergar através da janela aberta pela redução entre o âmbito natural e o transcendental como um imenso espetáculo. O espetáculo da “ontogênese” transcendental — anteriormente escondida uma latência anônima, sepultada na profundidade de um esquecimento “antigo como o mundo” — apresenta-se entre a subjetividade constituinte transcendental e seu produto final: a finitude, a correlação experiencial constituída entre ser humano e mundo. Finalmente, retomando as sugestões implicadas no fenômeno da imagem, as conclusões traçam um paralelismo com os famosos Cortes de Luciano Fontana, obras de arte performativa que, substituindo a represented spatiality por uma acted spatiality, rompem com o espaço “natural” e tradicional da imagem para adentrar, através da criação de uma cesura, de um corte na superfície da imagem, o infinito.

Links

PhilArchive



    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 92,574

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Similar books and articles

Seria a redução fenomenológica husserliana tão radical?Ronaldo Manzi Filho - 2015 - Revista de Filosofia Moderna E Contemporânea 3 (1):143-157.
Entre fenomenologia e hermenêutica: a condição responsiva da subjetividade.Marcelo Fabri - 2015 - Revista de Filosofia Moderna E Contemporânea 3 (2):64-74.
A noção husserliana de subjetividade transcendental.Alberto Marcos Onate - 2006 - Veritas – Revista de Filosofia da Pucrs 51 (2):109-116.
O motivo ético do recurso à subjetividade transcendental.Marcelo Fabri - 2016 - Philósophos - Revista de Filosofia 21 (1):59-81.

Analytics

Added to PP
2019-09-28

Downloads
5 (#1,546,680)

6 months
1 (#1,478,830)

Historical graph of downloads
How can I increase my downloads?

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

No references found.

Add more references