Abstract

This is a study of Blondel's philosophy of the supernatural as it appeared only in the dissertation on Action of 1893. First, it reviews how Blondel brought philosophy to focus concretely on human action and what he focuses on in this action as the principle for its dialectical unfolding. Second, it shows how this focus brings him to a radical critique of superstition and any idea of natural religion, since even the latter is viewed as a kind of superstition. Third, it examines how he proceeds to the affirmation of God as the necessary being of action and how this affirmation places the human being in a position of having to choose between saying yes or no to God at the core of his action. Fourth, it shows how Blondel argues from this existential exigency that the thought of the supernatural necessarily arises with regard to the question of human destiny and that such a thought, if it actualized in human action through a gratuitous initiative on the part of God, necessarily entails a revelation, a mediation, and a religious practice on the part of man. In conclusion it reflects on how this science of practice remains a philosophy, as distinct from theology, even though it has to do with religious practice in the most supernatural sense. /// O presente artigo constitui urn estudo sobre o problema do sobrenatural, tal como Blondel comeca por o tratar em sua tese de doutoramento sobre a Ácção, publicada em 1893. Em primeiro lugar, passa-se em revista não só o modo concreto como Blondel fez do problema da acção assunto para a filosofia, mas também se procura discernir aquilo que, segundo ele, na acção mesma constitui o princípio do seu desdobramento dialéctico. Em segundo lugar, mostra-se como a partir deste ponto de focagem Blondel procede a uma critica radical da superstição bem como de toda e qualquer ideia de religião natural, por ele igualmente vista como uma espécie de superstição. Em terceiro lugar, examina-se o modo como Blondel avança em direcção a uma afirmação de Deus como o ser necessário da acção e como esta mesma afirmação coloca o ser humano numa posicjio de, no fulcro do seu agir, ter de optar entre o dizer sim ou não a Deus. Em quarto lugar, mostra-se o modo como Blondel, partindo desta exigência existencial, argumenta no sentido de que o pensamento do sobrenatural necessariamente se dá em conexão com a questão do destino humano e de como tal pensamento, actualizado na acção humana graças a uma iniciativa gratuita da parte de Deus, necessariamente implica a ideia de revelação, mediação, e prática religiosa da parte do homem. Finalmente, em conclusão, reflecte-se sobre o modo como esta ciência da prática permanece filosofia, distinta da teologia, mesmo quando, enquanto tal, ela tern a ver com uma prática religiosa no sentido mais sobrenatural do termo /// Ceci est une étude de la philosophie du surnaturel de Blondel telle qu'elle parut uniquement dans la thèse sur L'Action de 1893. Premièrement, elle revoit comment Blondel a amené la philosophie à réfléchir concrétement sur l'action humaine et ce sur quoi cette réflexion s'appuie comme principe du déploiement dialectique de cette action. Deuxièmement, elle montre comment ce déploiement amène Blondel à une critique radicale de la superstition et de toute idée de religion naturelle, puisque cette dernière est vue comme une sorte de superstition. Troisièmement, elle examine comment Blondel avance vers une affirmation de Dieu comme Fetre necessaire de l'action et comment cette affirmation amène l'être humain à devoir choisir entre dire oui ou non face à Dieu au plus profond de son action. Quatrièmement, elle montre comment Blondel, à partir de cette exigence existentielle, arrive à poser que la pensée du surnaturel surgit nécessairement par rapport à la question du destin de l'être humain et comment une telle pensée, si elle devient réalite dans l'action humaine par une initiative gratuite du côté de Dieu. entraine du côté de l'homme la nécessité d'une révélation, une médiation et une pratique religieuse. En conclusion, l'étude se demande comment cette science de la pratique reste une philosophie, distincte de toute théologie, même si elle traite de la pratique religieuse dans son sens le plus surnaturel.