Abstract
Partindo de O Mal-Estar na Civilização (1930), advogaremos que, se não há nada na cultura que não garanta nossa ruina, nosso destino reside num indefinível e persistente mal-estar. Problematizando incógnitas como a felicidade, a inibição pulsional, a destrutividade como variante da pulsão de morte, o sentimento de culpa, a hegemonia do Super-Eu e o triunfo de Thanatos, veremos que Freud não vislumbra possibilidades de anular a situação de desamparo em que nos encontramos. Sendo a agressividade uma de nossas fontes propulsoras, acentuaremos não só o desejo de extermínio de tudo e todos, mas o quanto a cultura leva-nos a renunciar da satisfação ao propor uma seguridade que jamais garantirá. Da falta de comunhão entre indivíduo e sociedade, a ação de Thanatos revela que a civilização está minada por dentro. Portanto, veremos que o mal-estar é um fator inerente à civilização, sendo ilustrativo do atual destino da subjetividade.