Discurso 51 (2):91-112 (
2021)
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Abstract
Neste artigo, pretendo apreciar a recepção de Agostinho em “As confissões da carne”, volume 4 da História da sexualidade, de Michel Foucault, especialmente no penúltimo capítulo da obra “O bem e os bens do casamento”, com um propósito geral duplo: entender melhor, de um lado, por que a obra agostiniana é expediente privilegiado para Foucault apresentar criticamente a subjetivação e a objetivação de uma moral sexual cristã, bem como problematizar, por outro lado, em que medida a leitura foucaultiana de Agostinho projeta nele e em geral nos pères de l’église uma agenda psicanalítica consideravelmente estranha a eles. Por fim, proporei uma chave de leitura de As confissões da carne como um outro anti-Édipo.