Abstract
Este ensaio investiga um conceito que tem origem entre os gregos - o diálogo – e pode se deslocar para o campo educacional brasileiro. O trabalho pedagógico de Paulo Freire e o pensamento do hermeneuta Hans Georges Gadamer constituem nossa base teórica. Deseja-se demonstrar que a dialogicidade é um elemento relevante e emancipatório e interfere na formação dos sujeitos e na construção de saberes de forma significativa. Paulo Freire na obra Pedagogia do oprimido realiza uma análise fenomenológica do cotidiano educacional e uma reflexão refinada desse processo e vai além da compreensão quando recomenda o diálogo como alternativa para um fazer pedagógico vivo e transformador. Há uma dissonância entre o que foi validado por Freire e a realidade escolar no Brasil em diferentes níveis e modalidades. Outra perspectiva que tem chamado atenção de estudiosos do campo educacional e que trata do diálogo é a Hermenêutica Filosófica de Gadamer; discute-se a possibilidade compreensiva da hermenêutica, nos moldes como fora pensado pelo hermeneuta, poder auxiliar nas bases de justificação da educação, favorecendo o debate acerca das racionalidades envolvidas no fazer pedagógico que nessa trilha parece superar os modelos de normatividade da modernidade técnico-científica, que declara o poderio da objetividade. Este estudo quer compreender a noção “diálogo vivo” nesses autores e discutir sobre sua efetividade em nossos dias.