Desconfortável consolo: a ética niilista de Arthur Schopenhauer
Abstract
Resumo: Este texto pretende analisar o significado da negação da vontade na Ética schopenhaueriana. O pensamento de Schopenhauer pode ser entendido a partir de dois momentos distintos. No primeiro o filósofo elabora sua teoria do conhecimento e expõe sua ontologia apresentando sua visão de mundo pessimista, em que é mostrado, conforme suas próprias palavras, o pior dos mundos possíveis: este momento representaria um movimento de queda. No segundo momento ocorreria, dirão alguns, uma virada radical, traçada em uma trajetória ascendente, em que Schopenhauer apresenta a solução para o problema do infortúnio. Teríamos aqui um Schopenhauer demasiado feliz, otimista, e representante de uma filosofia do consolo. Procuramos mostrar neste texto que este segundo movimento representa, na verdade, um momento mais trágico ainda. A negação da vontade ofertada como a redenção do problema moral, nos lança numa queda mais vertiginosa ainda: em direção ao insondável abismo do Nada.Palavras-chave: Schopenhauer – pessimismo – niilismo – ética.: This text intends to analyse the meaning of the concept negation of will in the Schopenhauer’s ethics. We can understand the Schopenhauer’s thought in two different moments. In the First, the philosopher shows his pessimism about the life. In the second moment he presents the search for the solution to the problems of the world’s sorrow. The negation of will, presented for the philosopher as the redemption of the moral’s problem, introduces us in an aspect too much tragic of the reality: the nihilism.Key-words: Schopenhauer – pessimism – nihilism – ethics.