Abstract
Esta pesquisa empreende um estudo acerca das formas de enunciar o medo
em produções fílmicas de horror; ou seja, busca-se, por meio da arqueogenealogia
foucaultiana, analisar o enquadramento do medo nas imagens em movimento que foram produzidas para compor a estrutura dos filmes de horror; precisamente, busca-se analisar os modos de produção do corpo contemporâneo demarcado pelo horror nestas imagens. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é contribuir com a (re)criação da história dos modos como os medos contemporâneos estão na ordem da constituição dos modos pelos quais os seres humanos se tornam sujeitos nesta época do simultâneo, da justaposição, do próximo, do longínquo, do lado a lado, do disperso. É um empreendimento de inspiração foucaultiana na medida em que operamos com alguns elementos de sua maquinaria teórica tais como: dispositivo; acontecimento discursivo; discurso e enunciado. É justamente no trabalho de Foucault que encontramos, no dizer de Dreyfus e Rabinow, o mais importante esforço contemporâneo não só para desenvolver um método de se estudar os seres humanos, como também de diagnosticar a situação atual de nossa sociedade. Nestes empreendimentos, o corpo aparece como “um protagonista incontornável e multiforme” seja nas pesquisas arqueológicas, seja nas pesquisas genealógicas. Aqui, procura-se articular as reflexões destes empreendimentos realizados por Foucault com o trabalho de Metz em A significação no Cinema com a semiologia de Roland Barthes.