Abstract
RESUMO As elites simbólicas perpetuam as formas mais importantes de racismo, o que aponta a importância de nos dedicarmos à análise de como discursos racistas são construídos, com foco específico no discurso da elite branca e, neste trabalho, da branquitude soteropolitana conforme plasmada por estudantes da Universidade Federal da Bahia. Para tanto, reunimos dados, gerados na UFBA, oriundos de questionários abertos e grupo focal com estudantes de graduação. Nesta análise discursiva crítica, utilizamos recorte de uma pesquisa mais ampla, na qual se investigou a percepção da branquitude por discentes autodeclarados/as brancos/as da UFBA. Nossa análise sugere que a percepção do privilégio branco, mesmo quando afirmada, é permeada de ideias que podem fundamentar práticas e/ou discursos racistas, e que a representação de mulheres negras ainda é calcada em estereótipos socialmente construídos numa sociedade fortemente racista como a nossa. ABSTRACT Symbolic elites perpetuate the most critical forms of racism, which points to the importance of the analysis of how racist discourses are constructed, with a specific focus on the white elite. In this paper, the focus is Bahia's capital whiteness as shaped by students at the Federal University of Bahia. For this, we gathered data, generated at UFBA, from open questionnaires and a focus group with undergraduate students. For this critical discursive analysis, we used a section of a broader research, in which the perception of whiteness by self-declared white students from UFBA was investigated. Our analysis suggests that the understanding of white privilege is permeated with ideas that can support racist practices and discourses, and that the representation of black women is still based on socially constructed stereotypes in an actively racist society such as ours.