Abstract
Raramente um texto filosófico desperta uma polêmica como a que envolveu as Regras para o parque humano, do filósofo alemão Peter Sloterdijk. Neste artigo, examino esse texto, buscando identificar as razões para sua conturbada recepção, e proponho que, mais do que às conseqüências éticas da aplicação da genética à seleção e determinação das características da espécie, a polêmica se relaciona a um movimento mais profundo de distensão das férreas diretrizes político-intelectuais que governam, desde o pós-guerra, a interpretação da história alemã recente.Seldom does a philosophical text raise such a controversy as the book Regeln für den Menschenpark by the German philosopher Peter Sloterdijk. This paper examines Sloterdijk's book and tries to identify the reasons for the explosive reaction it produced. I suggest that the controversy owes more to an intellectual weakening of the stringent guidelines that have dictated the interpretation of postwar German history than to fears of the ethical consequences of the application of genetics to select and determine the characteristics of the human species