Leibniz e um Labirinto da Razão: há saída?
Abstract
O labirinto entre o livre e o necessário, ou a aparente contradição entre a liberdade humana e o poder ou a grandeza divina, além de um objeto privilegiado das reflexões de Leibniz, é também o tema a partir do qual são gerados os debates do filósofo com Arnauld e Bayle. No Discurso de Metafísica e na correspondência com Arnauld trata-se principalmente de garantir a liberdade humana, pressuposto fundamental para a moralidade das ações do homem. Na Teodicéia, por outro lado, trata-se de salvaguardar a justiça divina negando a responsabilidade de Deus pelos males do mundo. Embora o foco da discussão esteja ora no homem, ora em Deus, o fio de Ariadne que leva à saída do labirinto se mantém o mesmo: contra Arnauld e Bayle, Leibniz afirma a possibilidade humana de desatar o nó e explicar a contingência através do princípio de razão suficiente, que concilia dois aspectos fundamentais da metafísica e da teologia leibnizianas, notadamente, um aspecto lógico e um aspecto moral , dando origem a um racionalismo moral, cujo corolário é o famoso otimismo do filósofo