Abstract
A concepção espinosista das relações entre o corpo e a mente é frequentemente apresentada como um modelo e uma referência na biologia e na neurobiologia contemporâneas, como testemunham as obras de Jean-Pierre Changeux, de Antonio Damasio ou de Henri Atlan. Apesar de suas profundas diferenças, esses pesquisadores expõem de maneira análoga três teses que fazem de Espinosa um precursor: o monismo psicofísico, a dualidade de expressão da unidade corpo/mente e a ausência de interação e de causalidade recíproca. Esse artigo se interroga sobre as razões pelas quais Espinosa é convocado por esses pesquisadores para dar apoio às suas teorias e para abordar os diferentes usos da sua concepção das relações corpo/mente. Trata-se, portanto, de examinar a maneira pela qual eles apreendem sucessivamente essas três teses e de mensurar a pertinência de suas abordagens.