Abstract
O presente artigo perscruta o modo dialético pelo qual Sartre, desde os anos 1960, aclimata a vida psíquica e o vivido. Para esta lida, realizaremos uma incursão investigativa sustentada por um conjunto de escritos sartreanos deste período, dando especial enfoque sobretudo ao ensaio Questões de método (1957) e à conferência que nosso autor profere em 1961, e cujo título, Marxismo e subjetividade, é revelador da sua tentativa de conciliar o existencialismo e o materialismo histórico à luz de uma dialética existencial. Na sequência, mostramos como a dialetização da vida psíquica, que pressupõe uma antinomia dialética (presença a si e ausência de si), enseja, por parte do filósofo, uma crítica pontual à psicanálise freudiana.