Abstract
A adequação dinâmica dos bons exemplos, conformando-os às necessidades impostas pelas circunstâncias, insere Maquiavel nos variados usos da _imitatio_ antiga e renascentista. A _imitação_ deve reavivar as práticas civis e as atitudes de _Virtù_, fornecendo ânimo para a realização das ações políticas e das práticas pedagógicas, conforme a atuação como secretário de Florença e seus escritos políticos, históricos e literários salientam. Desse modo, ao revisar a noção de _imitatio_, especificamente na antiguidade e na renascença, contextualizam-se os argumentos de Maquiavel sobre a possibilidade dos humanos alcançarem a _Virtù_ pela imitação das ações adequadas nos _Discorsi_, no _Príncipe_, nas _Histórias Florentinas_ e na _Arte da Guerra_. Ao propor investigações e análises do passado que produzam utilidade e deleite, realçando _o sabor das ações humanas_, os escritos Maquiavelianos realçam a impossibilidade de uma definição pré-determinada sobre quais opções devam ser usadas e sustentam a possibilidade de duas perspectivas, aparentemente antagônicas, serem escolhidas simultaneamente.