Abstract
Dentre as releituras de Freud, Jessica Benjamin e Whitebook voltam-se ao domínio materno pré-edípico como salvaguarda de uma psicanálise feminista. Mas tal interpretação não mostra ser suficientemente crítica, pois transfere a preponderância do pai para a mãe, desconsiderando teorias não-binárias cujas fontes psicanalíticas se encontrariam em outras leituras não-oficiais de Freud. Tais seriam as visões de Loewald, Chodorow e Butler, que se concentram na complementaridade entre os desenvolvimentos pré-edípico e edípico ou na subversão interna do complexo de Édipo. Desse debate culminam dois modelos críticos contemporâneos baseados em perspectivas de gênero: binário materno x não-binário.