Abstract
Ou como um manuscrito do século XVIII, que não mereceu a glória de ser publicado, constitui uma fonte documental de indesmentível interesse. Trata-se de um relato de viagem de Lisboa a Roma na segunda metade do século XVIII o qual, embora não corresponda à descrição de uma peregrinação, revela com clareza questões culturais e religiosas que atormentam o Portugal de setecentos. Um diário de viagem que ajuda a compreender, em parte, o rótulo de exótico que a Europa iluminada atribuía a Portugal. Através de uma leitura atenta, conseguem identificar-se elos, à primeira vista imperceptíveis, valorizando o próprio documento e lançando pistas para situar e compreender figuras de relevo naquele período da história portuguesa. O presente relato, como acontece com a literatura de viagens em geral, atribui ao leitor a responsabilidade de perscrutar a intenção do autor. Discute-se ainda a autoria, origem e fins do manuscrito, um conjunto de elementos que explicam a importância do mesmo.