Abstract
Since the 1960s philosophers of science have claimed that theory and experiment are closely linked (experimentation and observation are theoretically laden). However, this statement is not unanimous. Some philosophical tendencies have emphasized the virtues of the experimentation, and according to them, experiments have their own life. That is to say, experiments may exist independently of any theory. In this sense, the present article focuses on and analyses the viability of this last stance, especially within the context of scientific practices. Hence, besides the introduction of a threefold argument in favour of the thesis that scientific experiments have their own life, the author of the article considers three theoretical replies and, finally, proposes an account of both how to depolarize the tension between theory and experiment and how to look at their mutual relationship from a pragmatic point of view. /// A partir da década de 1960, tornou-se comum os filósofos da ciência defenderem que teoria e experiência estão fortemente ligadas, nomeadamente a partir da tese da carga teórica. A verdade, porém, é que não se verifica uma completa unanimidade a este respeito, pois há tendências que insistem nas virtudes da experimentação mediante uma tese básica relativamente radical, a saber: que a experiência científica está dotada de vida própria. Ou seja, essa opinião é basicamente a de que a experiência científica pode existir independentemente de uma qualquer teoria que a sustenha. Nesse sentido, o presente artigo indaga sobretudo acerca da viabilidade de uma tomada de posição como esta última, de um modo especial no contexto das práticas científicas. Em ordem a esse fim, o autor começa por expor três casos representativos a favor da tese da vida própria das experiências científicas, seguindo-se várias réplicas de carácter teoricista. Por fim, na terceira e última secção do artigo, propõe-se uma resposta baseada no desejo de se proceder a uma despolarização dos termos teoria e experiência de modo a se proceder, numa perspectiva pragmática, a um enfoque da mútua relação existente entre ambas.