Abstract
O presente texto é o primeiro de uma sequência destinada à consecução de um projeto que proponho empreender ao longo de duas partes interconectadas, posto que independentes. A partir do propósito que elegi para desenvolver sua primeira parte, qual seja, demarcar os pilares sobre os quais me alicerço para subsidiar o tratamento que ofereço aos múltiplos problemas suscitados pelas relações de interação e de integração entre consciência, mente, encéfalo, corpo e ambiente, busco, neste primeiro texto desta primeira parte, delinear o que se sabe da constituição física do mundo à luz das melhores teorias disponíveis da física, especialmente do modelo padrão de física das partículas. Ao longo do texto, busco demonstrar que, a despeito de suas limitações e lacunas, o modelo padrão é suficiente para meus propósitos iniciais, ainda que a força gravitacional só possa ser incorporada por meio de revisões e ampliações deste modelo. O desenvolvimento dos argumentos deste texto abre espaço para o meu próximo passo, a saber, sustentar que as teses básicas do emergentismo oferecem o melhor material disponível para a investigação do ‘espaço’ ocupado pela consciência no mundo natural para além das limitações do fisicalismo redutivo.