Investiga-se o conceito de força, tal como aparece em Nietzsche e na psicanálise. Objetiva-se esclarecer e potencializar seu uso clínico. A pesquisa se justifica porque se trata de conceber o processo clínico como explicitação da força pulsional, uma vez que a tipologia das forças proposta por Nietzsche e a precisão analítica, de caráter ético e clínico, convergem inteiramente. Uma ética nietzschiana da força ativa (o amor fati) torna-se providencial para se pensar a retomada do conceito de força na psicanálise. Objeções (...) levantadas à noção de força serão oportunas para, inversamente, justificar seu uso: equivalente à noção de real, a de força não se beneficia do deslocamento que a primeira sofre e opera. Que o real possa ser tratado pela negatividade, mas não a força, problematiza o uso das duas noções: a força jamais definir-se-á pelo impossível ou pelo vazio, e sim por atos de resistência ou sublimações. Conclui-se que ao nível dessa potência avaliadora, seletiva, não condicionada pela atualidade, perfilam-se os temas nietzschianos do intempestivo e da transvaloração dos valores. O tempo por vir das forças ativas depende de seu exercício. Esses temas essenciais à filosofia nietzschiana implicam, portanto, a consideração da força e de suas vicissitudes. O mesmo vale para a psicanálise e a noção irrevogável de pulsão. É verdade que, inversamente, a força se esclarece pela transvaloração dos valores que o intempestivo deflagra. A pulsão também só é conhecida mediante seu exercício, ou seja, enquanto ela mesma opera sua decifração pragmática. Ela requer, para tanto, uma perspectiva ética e clínica aliada às suas avaliações imanentes, extramorais. É a razão para que a análise se ocupe do sonho e de sua memória ativa, interpeladora, desde um tempo por vir. (shrink)

In a contemporary landscape of communicative and connective excess, a very novel contemporary exhaustion exacerbated by our relation to the postdigital terrain is ever present. The Brazilian philosopher and schizoanalyst Peter Pál Pelbart pushes the vital question of our nihililstic age to the limits: how can one learn to be left alone, live alone, and perhaps, by way of a Deleuzian "absolute solitude," conjure a vitality for living again and, indeed, finding something truly "worthy of saying"? Through various poetic meanderings, (...) meditations, and building on the works of Blanchot, Musil, Guattari, and Delingy, among others, Pelbart reestablishes the possibility of fighting off the exhaustion of our current state of affairs. For Pelbart, we must chart the cartography of exhaustion as if it were a sort of molecular symptomology. (shrink)

Resumo: Ao cruzar as trajetórias de Bento Prado Jr. e Gilles Deleuze, no tocante a Bergson, revelam-se coincidências inesperadas, entre as quais a dívida comum para com Sartre.: Unexpected coincidences are revealed when considering Bento Prado Jr. and Gilles Deleuze’s readings of Bergson, especially if one considers their common debt to Sartre.

Como nos autistas com quem trabalhou por muitos anos, para Fernand Deligny a imagem se contrapõe à linguagem pois recusa aquilo que esta carrega: sentido, mensagem, finalidade, palavras de ordem. Na sua teorização sobre o estatuto da imagem, Deligny dá a essa recusa uma dimensão ética e política.

When Guattari defines the unconscious in terms of production rather than representation, when he speaks of enunciative agencement and when, in his latest writings, he approaches it from the point of view of « chaosmosis », he radicalizes the relation between the unconscious and its outside, and he provides a new conception based on proliferation, molecularisation and infinitisation.

Que veulent les manifestants d’Occupy Rio? Quelle est cette nouvelle atmosphère de la rue? Les pauvres affirment qu’ils ne sont pas jetables et qu’ils campent là. Il s’ensuit une transformation de la sensibilité sociale, selon des modèles de vie minoritaires et multiples qui s’entrechoquent. Il s’agit d’un nouvel éros au cœur de la ville, de la venue à la politique de toute une génération, qui exprime de nouvelles formes de vie et dont il faut fortifier les ouvertures.