É corrente se afirmar que antes da Modernidade não há registro de mulheres na construção do pensamento erudito. Que, se tomarmos, por exemplo, a Filosofia e a Teologia, que foram as duas áreas do conhecimento que mais produziram intelectuais, durante a Idade Média, não encontraremos aí a presença de mulheres. Entretanto, apesar de todas as evidências, se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental, veremos que é possível identificar a presença de algumas mulheres já nos tempos remotos, na Antiguidade Clássica e (...) na Patrística (ou Alta Idade Média). Mas é na Escolástica(Baixa Idade Média) que encontramos as primeiras Pensadoras, responsáveis por um sistema autônomo, distinguindo-se como fecundas escritoras, donas de obras tão profundas e importantes quanto as produzidas pelos homens de seu tempo, com os quais muitas vezes dialogaram em pé de igualdade. Dentro desse maravilhoso universo feminino de intelectuais, destacamos, na Escolástica, a figura de Hildegarda de Bingen (1098-1165), da qual trataremos um pouco neste artigo. (shrink)
É corrente se afirmar que antes da Modernidade não há registro de mulheres na construção do pensamento erudito. Que, se tomarmos, po exemplo, a Filosofia e a Teologia, que foram as duas áreas do conhecimento que mais produziram intelectuais, durante a Idade Média, não encontraremos aí a presença de mulheres. Entretanto, apesar de todas as evidências, se vasculharmos a construção do Pensamento Ocidental, veremos que é possível identificar a presença de algumas mulheres já nos tempos remotos, na Antiguidade Clássica e (...) na Patrística (ou Alta Idade Média). Mas é na Escolástica (Baixa Idade Média) que encontramos as primeiras Pensadoras, responsáveis por um sistema autônomo, distinguindo-se como fecundas escritoras, donas de obras tão profundas e importantes quanto as produzidas pelos homens de seu tempo, com os quais muitas vezes dialogaram em pé de igualdade. Dentro desse maravilhoso universo feminino de intelectuais, destacamos, na Escolástica, a figura de Hildegarda de Bingen (1098-1165), da qual trataremos um pouco neste artigo. It is common to say that before modernity there is no record of women in the construction of classical thought. What if we take, for example, to philosophy and theology, which were the two areas of knowledge that produced more intellectuals during the Middle Ages, we find there the presence of women. However, despite all the evidence, if we search the construction of Western Thought, we see that it is possible to identify the presence of some women already in ancient times, in Classical Antiquity and Patristics (or Middle Ages). But it is in Scholastic (Middle Ages) we find the first thinkers, responsible for an autonomous system, especially as fertile writers, owners of works so profound and important as those produced by men of his time, who often conversed on an equal footing. In this wonderful universe of female intellectuals, highlight, in Scholastic, the figure of Idelgarda of Bingen (1098-1165), which is discussed a bit in this article. (shrink)
Manicheism is founded in two world originating ontological principles: Good or Light, presented by the sun and Evil or Darkness, personinified in the matter. From this ontological dualism proceeds the idea which man is not responsible to the evil he practices according to, but this-one (evil) is to be blamed to his bad nature, in other words evil is inherent to his corporal nature. Hence, strictly speaking, there is no real evil in manicheism, but only natural evil. However, paradoxally, manicheism (...) refers to a duty Moral, which through the man good part (the soul) must struggle in order to be liberated from matter´s bonds (the boddy), through an ascetical rigorous life, materialized in three commandments observance, the to called three seals: mouth, hands and breast seals. (shrink)
Mantendo-se na linha de São Justino, o qual, apesar de valorizar a Filosofia Grego-Romana, defende ser o Cristianismo a "verdadeira filosofia", Agostinho fundamenta ou alicerça seu conceito de felicidade na tradição filosófica que o antecedeu, a qual é concebida por ele como um philosophiae portus . Entretanto, como pensador cristão, buscando superar o eudaimonismo grego-romano, ao distinguir sabedoria e Verdade, sendo esta última identificada com Deus, faz da Fé Cristã o arx philosophiae , a que chama de "nossa Filosofia Cristã", (...) lugar da "verdadeira felicidade", que, para ele, é a principal finalidade de todo filosofar. Following Saint Justin , Augustine grounded his concept of happiness in the philosophical tradition that preceded it, which is conceived by him as a philosophiae portus . However, as a Christian thinker, Augustine sought to overcome Greco-Roman eudaimonism. The distinction between truth and wisdom, the latter being identified with God, makes Christian faith the arx philosophiae , which Augustine calls "our Christian philosophy", the place of "true happiness", which for him is the main purpose of all philosophizing. (shrink)
Em sua obra A Cidade de Deus, Santo Agostinho procura definir e relacionar dialeticamente os conceitos de Cidade de Deus e Cidade terrena, considerando a origem, natureza, desenvolvimento e fins das duas cidades. É aí que encontramos a sua teologia-filosofia da história, que nos faz identificar as duas cidades com certas realidades históricas: Cidade de Deus como sendo a Igreja, Cidade terrena como sendo o Império Romano. Contudo, Agostinho adverte que estes termos não são sinônimos.
Baseado no princípio ontológico da vera justitia, ou da “divina ordem”, segundo a qual é justo que se “subordinem as coisas somente às dignas, as corporais às espirituais, as inferiores às superiores, as temporais às sempiternas” (Ep., 140), o que resulta, na prática, na subordinação dos governados aos governantes, Agostinho introduz em sua doutrina ético-política o conceito de força coercitiva, como instrumento prático garantidor da ordinata concordia ou pax temporalis, na civitas, de forma que, punido pelo reto castigo, o pecador (...) possa retornar à ordem e assim alcançar a vida eterna. Em Agostinho, todas as formas de castigos por ele admitidos não têm um caráter de perseguição, vingança ou sadismo, mas de correção e reintegração do pecador na ordem, por isso devem ser guiados pela caridade. PALAVRAS-CHAVE – Força coercitiva. Castigo. Justiça. Ordem. Paz. Caridade. ABSTRACT With basis on the ontological principle of Vera justitia, or of “divine order”, according to which it is fair to “subordinate things only to the worthy ones, the corporal to the spiritual, the inferior to the superior, the temporal to the sempiternal” (Ep. 140), this results, in practice, in the subordination of the governees to the governators, Augustine introduces in his ethical-political doctrine the concept of coercitive force, as the practical instrument that warrants the ordinata concordia or pax temporalis, in civitas, in such a manner, that punished by the straight punishment, the sinner may return to order and so reach eternal life. In Augustine, all forms of punishment by him admitted do not take a character of persecution, revenge or sadism, but of correction and reintegration of the sinner in the order, and, for this reason, punishment must be guided by charity. KEY WORDS – Coercitive force. Punishment. Justice. Peace. Charity. (shrink)
Dentre os movimentos religiosos do século XI, destaca-se o de Roberto d' Arbrissel, fundador da Ordem de Fontevraud, na qual conviviam homens e mulheres, cabendo a estas a direção. O projeto não teve longa duração em uma igreja de celibatários misóginos, e Roberto, apesar de suas virtudes, não foi canonizado.
SÍNTESE - Toda antropologia agostiniana gira em torno do problema da busca da felicidade do homem, que só será alcançada em Deus – a verdade. Assim sendo, o problema do homem converte-se na busca da verdade. Na "filosofia cristã" agostiniana a fé é condição primeira do conhecimento da verdade, entretanto, dá-se capital importância à razão no processo do conhecimento humano que está dividido em três níveis: conhecimento sensível, sensação e razão ou ciência. Além disso há um quarto grau – a (...) verdade, que foge ao alcance da razão humana. Essa só contemplamos mediante a ajuda da graça divina. (shrink)
Um dos problemas recorrentes na História da Filosofia Ocidental é o “problema dos futuros contingentes”, que tem seu início em Aristóteles, mas que atingiria vários pensadores até à Modernidade. Durante esse longo percurso, a problemática foi levantada de diversas formas, dentre essas, na Filosofia Medieval, de cunho cristã, em que o problema aparece de forma implícita nos debates acerca do suposto conflito entre a Providência divina e a liberdade humana. E dentre os pensadores medievais, destaca-se Santo Agostinho, o qual será (...) objeto de estudo do presente artigo. (shrink)
Fundado na Ásia, no seculo III, por Mani, o maniqueismo se constituia, do ponto de vista doutrinal, numa gnose que misturava principios das seitas/religioes orientais, especialmente do Zoroastrismo e do Budismo, da Filosofia Grego-Romana e do Cristianismo. Sua tese fundamental consistia na afirmacao de dois principios ontol6gicos do mundo: o bem ou a Luz, representado no sol, e o Mal ou as Trevas, personificado na materia. Desse dualismo ontológico nascia uma cosmologia/soteriologia que apresentava a história da salvaçáo do mundo em (...) três tempos: o primeiro, inicial, engloba as origens cósmicas dos dois principios e seus primeiros afrontamentos. O segundo, medio, eo tempo da mistura entre os dois Reinos, que se caracteriza pela queda de uma parte da Luz na materia, bern como, e 0 tempo da criacao dos seres no universo. Enfim, o terceiro, final, marca a libertacao de todas as particulas da Luz imbricadas na materia, com o retorno da Luz ao reino do Pai e a queda definitiva da materia no inferno. (shrink)
Partindo do princípio judaico-cristão de que Deus, Ser supremo, criou todas as coisas a partir do nada mediante um acto livre de amor (creatio ex nihilo), o artigo mostra como Santo Agostinho defende que no universo físico, criado e governado por Deus, não há espaço para a desordem ou imperfeição (o mal), mas que a natureza é perfeitamente ordenada e harmoniosa, não havendo, portanto, senão o bem. Desta forma, mostra-se de que modo para Santo Agostinho, existir, ser e Bem são (...) sinónimos. Por outro lado, mostra-se também que o mal físico, ou a imperfeição no universo, não passa de uma ausência ou privação do Bem, que acontece não como ser, mas como não-ser. /// Starting with the Judeo-Christian principle that God, the supreme Being, has created all things from nothing (creatio ex nihilo) by means of a free act of love, the article shows how Saint Augustine defends that in the physical universe, created and governed by God, there is no room for disorderliness or imperfection (evil), but that nature is perfectly ordered and harmonious. Indeed, for Augustine, there exists only the good, so that for him to exist, being and the good are synonymous. On the other hand, the article also shows that physical evil, or the imperfection in the universe, is nothing more than an absence or a privation of the Good, which happens not as being but rather as no-being. (shrink)
Fundado na Ásia, no século III, por Mani, o maniqueísmo se constituía, do ponto de vista doutrinal, numa gnose que misturava principios das seitas/religióes orientais, especialmente do Zoroastrismo e do Budismo, da Filosofia Grego-Romana e do Cristianismo. Sua tese fundamental consistía na afirma9áo de dois principios ontológicos do mundo: o Bem ou a Luz, representado no sol, e o Mal ou as Trevas, personificado na matéria. Desse dualismo ontológico nascia uma cosmologia/soteriologia que apresentava a história da salva9áo do mundo em (...) trés tempos: o primeiro, inicial, engloba as origens cósmicas dos dois principios e seus primeiros afrontamentos. O segundo, médio, é o tempo da mistura entre os dois Reinos, que se caracteriza peía queda de uma parte da Luz na matéria, bem como, é o tempo da criagáo dos seres no universo. Enfim, o terceiro, final, marca a liberta9áo de todas as partículas da Luz imbricadas na matéria, com o retorno da Luz ao reino do Pai e a queda definitiva da matéria no inferno. (shrink)
Partindo do princípio judaico-cristão de que Deus, ser único, mediante um ato livre de amor, criou todas as coisas a partir do nada (criação ex nihilo), Santo Agostinho defende que no universo físico, criado e governado por Deus, não há espaço para a desordem ou imperfeição (o mal), mas que a natureza é perfeitamente ordenada e harmoniosa, não havendo senão o bem, de forma que em Agostinho, existir, ser e bem são sinônimos. Já o suposto mal físico, ou a imperfeição (...) no universo, não passa de uma ausência ou privação do bem, que acontece não como ser, mas como não ser. (shrink)