Este artigo tem como pretensão apresentar alguns elementos teóricos da teoria da complexidade presente em Edgar Morin. A proposta segue por um viés de aproximar o leitor da compreensão de complexidade e completude; a polidisciplinaridade e a transdiciplinaridade com vista em destacar como a abordagem de Morin almeja despertar o conhecimento que, segundo o autor, esta adormedico.
Apresento e desenvolvo neste artigo o problema da prova sortuda, analisando duas soluções para ele presentes na literatura. A primeira delas consistira em alegar que mostrar que o predicado está contido no sujeito não basta como demonstração da verdade de uma proposição, sendo preciso que se prove ainda que a noção relativa ao sujeito é logicamente consistente. A segunda repousaria em uma hierarquização modal, por assim dizer, dos pre- dicados integrantes de uma noção individual. Após exibir as razões que me (...) levam a rejeitar essas duas soluções, apresento os traços fundamentais de uma interpretação que me parece resolver o problema de maneira satisfatória. Minha posição envolve conceder ao Princípio da Razão Suficiente um papel central na compreensão do que significa, para Leibniz, provar que um determinado predicado está contido na noção relativa a um certo indivíduo. (shrink)
Reiteradamente, ao longo de sua obra, Heidegger referiu-se ao opúsculo Sobre a essência da verdade, cuja primeira elaboração data de 1930. Chega a dizer, em entrevista ao LâExpress , ser esse trabalho a "dobradiça" entre Heidegger I e Heidegger II, inseparáveis um do outro. A questão da história é nele abordada na sua relação com a verdade do ser, mais exatamente, com a idéia de que a continuidade dos eventos que concerne a essa verdade está ontologicamente ligada a uma recusa (...) original do ser a uma inteligibilidade plena ou definitiva. Dessa recusa original decorre a liberdade e, simultaneamente, a possibilidade do erro, a errância; decorre, igualmente, a possibilidade de completo desnorteamento. Tomando essas teses como ponto de partida, é possível afastar da concepção heideggeriana de história quaisquer traços de processualismo ou teleologia, e, sobretudo, reconciliá-la com uma idéia simultaneamente geral e "concreta" de alteridade. É o que aqui se pretende.Over and over along his works Heidegger has mentioned the opuscule On the Essence of Truth, whose first elaboration dates from 1930. In an interview to L'Express he even comes to say about this work that it is a "hinge" between Heidegger I and Heidegger II, inseparable from each other. The text deals with the question of history in its reference to the truth of being, more precisely, to the idea that the continuity of events related to this truth is ontologically tied to an original refusal of being to a full or conclusive intelligibility. What is brought out of this original refusal is freedom but, at the same time, the possibility of error, errancy; it also follows the possibility of complete disorientation. Taking these thesis as a starting point, it is possible to move away from the heideggerian conception of history any traces of processualism or teleology and, above all, to reconcile it with an idea both broad and "concrete" of alterity. That's what we intended to do here. (shrink)
A gestão da Covid no Brasil está entre as piores do mundo, com número de óbitos inaceitavelmente alto. É inclusive estranho que esses resultados não tenham sido capazes de disparar entre os brasileiros nenhuma mobilização social mais decisiva. Não obstante o reconhecimento da importância do debate mais estritamente político, o objetivo deste artigo é ensaiar uma reflexão fenomenológica sobre a respiração, tendo Heidegger como referência principal. A Covid é afinal uma doença respiratória, que nos convida – ou deveria convidar – (...) a pensar sobre a respiração sob perspectivas históricas, ontológicas e existenciais. São dois os temas a discutir: nossa empobrecida relação com o respirar, e a dificuldade de, mesmo diante de mais de 600 mil mortes direta ou indiretamente causadas no Brasil por asfixia – e mais de 5 milhões no mundo –, encontrarmos caminho para discutir o assunto com mais profundidade. (shrink)
Habituation is defined as a decline in responding to a repeated stimulus. After more than eighty years of research, there is an enduring consensus among researchers on the existence of 9-10 behavioral regularities or parameters of habituation. There is no similar agreement, however, on the best approach to explain these facts. In this paper, we demonstrate that the Sometimes Opponent Processes (SOP) model of stimulus processing accurately describes all of these regularities. This model was proposed by Allan Wagner as a (...) quantitative elaboration of Priming Theory, which states that the processing of a stimulus, and therefore its capacity to provoke its response, depends inversely on the degree to which the stimulus is pre-represented in short-term memory. Using computer simulations, we show that all the facts involving within-session effects or short-term habituation might be the result of priming from recent presentations of the stimulus (self-generated priming). The characteristics involving between-sessions effects or long-term habituation would result from the retrieval of the representation of the stimulus from memory by the associated context (associatively-generated priming). (shrink)
De acordo com o Princípio da Continuidade, adotado por Leibniz, toda mudança ocorre gradativamente, havendo sempre um grau intermediário entre dois estados quaisquer. Esse princípio parece ser, contudo, incompatível com a doutrina leibniziana acerca da natureza da autoconsciência, uma vez que Leibniz, ao menos prima facie, sustenta haver uma diferença de natureza – e não apenas de grau – entre percepções inconscientes e conscientes, fornecendo esta distinção a base para a diferenciação ontológica das mônadas entre puras enteléquias, almas e espíritos. (...) O objetivo principal do presente texto é sugerir uma forma de compatibilização do Princípio da Continuidade com a doutrina leibniziana da autoconsciência. (shrink)
Paul Taylor’s A Comparative Philosophy of Sport and Art offers an engagingly written overview of key issues in the debates concerning the relationships between, and relative merits of, sport and th...
Trata-se da difícil questão do sentido em que, a partir de Heidegger, pode ser pensada uma superação da metafísica. O pano de fundo é a atualidade e a onipresença do seu acabamento técnico. A preocupação central é o problema do possível modo de ser - ou de sobreviver - de um pensamento que, imerso nessa onipresença, seja, ainda assim, capaz de interrogá-la. Questões como a do salto e da reviravolta revelam a espécie de contorcionismo envolvido nessa noção de superação, levando (...) a refletir, entre outras coisas, sobre a relação desse pensamento com a sua história. O desfecho é a identificação de um campo de preocupações no qual um pensamento posto diante da própria possibilidade de aniquilação coloca a si mesmo o problema hermenêutico de uma lúcida práxis pensante.We deal with a difficult question: the sense in which, after Heidegger, one can think of an overcoming of metaphysics. The background is the currency and omnipresence of its technical ending. Mainly focused is the problem of the possible way of being - or surviving - of a thought that, immersed in this omnipresence, is still able to inquire it. Questions such as that of the leap and the reversal show the kind of contortionism attached to this notion of overcoming. Among other issues, they call for a reflection on the relation of this thought with its history. The outcome is the identification of a field of matters which makes appear, for a thought facing the possibility of its own annihilation, the hermeneutic problem of a lucid thinking praxis. (shrink)
Free logic - i.e., logic free of existential presuppositions in general and with respect to singular terms in particular- began to come into its own as a field of research in the 1950s. As is the case with so many developments in Western philosophy, its roots can be traced back to ancient Greek philo sophy. It is only during the last fifty years, however, that it has become well established as a branch of modern logic. The name of Karel Lambert (...) is most closely connected with this development: he gave it its name and its profile as a well defined field of research. After a development of fifty years, it is time to look back and take stock while at the same time scanning for new perspectives. This is the purpose of the papers collected in this volume. The first paper is written by Karel Lambert himself who also comments on all the papers of the other authors. In an introductory essay we give a survey of the present status of and new directions in free logic. (shrink)
Este texto é uma tradução a partir do original em latim, com uma introdução e comentários, da Dissertação sobre o estilo filosófico de Nizólio, obra escrita em 1669 pelo jovem Leibniz. Nessa obra Leibniz se ocupa com o estilo que deve ter a exposição filosófica. A introdução tem duas partes: na primeira parte se examina o contexto da aparição daquela obra de Leibniz em uma época em que não há uma distinção clara entre os limites entre a Lógica, a Retórica (...) e a Dialética. Na segunda parte é feita uma exposição do conteúdo do texto de Leibniz. (shrink)