Bodin e Althusius podem ser considerados como autores que inventam o conceito político de soberania, conceito que será a partir da formação do estado-moderno condição necessária para se pensar a política e a nossa condição presente. Este artigo pretende identificar os elementos que se mantêm até hoje presentes no conceito de soberania, e lançar luz sobre a constelação que se articula à sua volta, num contexto democrático.

Este artigo aborda os problemas teóricos da concepção da soberania popular que consistem no fato de que a idéia de todo o povo reunido enquanto sujeito da soberania é uma ficção.As ambivalências lógicas do conceito de soberania do povo serão analisadas através de uma reconstrução crítica das respectivas teorias de Bodin e Rousseau assim como da teoria de democracia de Ingeborg Maus,que,por sua vez,apresenta uma nova interpretação da teoria Kantiana de democracia.Em contraposição às teorias ilusórias e utópicas de (...) democracia fundamentadas na concepção da soberania popular, apresentaremos uma teoria alternativa de democracia representativa que se destaca pelo seu realismo político. . (shrink)

O direito público contemporâneo é pensado a partir do tratamento impessoal dos cidadãos por autoridades e funcionários que agem dentro da moldura jurídica que delimita sua competência e orienta a sua ação ao interesse público. Se a soberania for compreendida a partir do instituto da propriedade (dominium), a relação entre o Estado e o cidadão acaba por espelhar a forma da relação entre senhor e escravo, em que os súditos se encontram submetidos à vontade privada do soberano. Uma tal modalidade (...) patrimonial de Estado mostra-se incompatível com a caracterização do direito público moderno. Neste artigo, identificamos na obra de Jean Bodin o contraste entre, de um lado, o caráter público do exercício da soberania nos regimes legítimos e, de outro, a natureza patrimonial dos regimes despótico e tirânico. No pensamento de Thomas Hobbes, observamos a evolução de uma concepção meramente patrimonial da soberania presente em Elements of law e De cive para uma distinção formal entre a vontade privada e a vontade pública do soberano no Leviathan. Nossa conclusão é que ambos os autores acabam por fornecer, cada um à sua maneira, um aparato conceitual apto para lidar com as características do Estado moderno acima apontadas, cuja repercussão pode ser notada na Filosofia Política dos séculos subsequentes. (shrink)

O presente artigo analisa os sentidos abstratos para a soberania do povo como pressuposto para a fixação de sentidos concretos para a democracia participativa em um Estado de Direito. A temática é abordada pelo método dedutivo, por meio de pesquisa doutrinária e de diplomas normativos. O artigo pretende responder em que medida se afigura possível estabelecer bases de racionalidade para a construção de um discurso compatível com os direitos de participação política em um Estado Democrático de Direito.

Trata-se, neste artigo, de discutir a novidade introduzida por Rousseau em relação à noção moderna de soberania, que tem Bodin como representante fundador. A análise toma por objeto a relação entre soberania e leis civis, a qual é compreendida nos termos da oposição, encontrada no Contrato social, entre justiça natural e justiça civil.

Resumo: O texto é uma análise sobre a corrente crítica à relação entre direitos humanos e soberania popular no século XX, uma interpretação segundo a qual direitos humanos significam cada vez mais intervenção estatal e, em concomitância, seguem uma proceduralização da democracia. Ao contrário dessa posição, constatamos que direitos humanos, no momento atual, são impensáveis sem planejamento estatal, sem experts e funcionários estatais para efeito de sua implementação. Isso, se compromete a idéia clássica de soberania popular que supõe legislação política (...) por parte do povo, não a anula deveras: desde que não se pretenda manter a pureza clássica desse conceito, não parece ser incoerente pensar os direitos humanos, quando garantidos pelo Estado, como um meio, provavelmente o mais importante, de consolidação da vida democrática de um povo. Logo, se a concretização dos direitos humanos não admite ou não é acompanhada pela legislação do povo, é inegável, contudo, que é uma potencializadora de sua expressão, com o que, em decorrência, a relação entre Estado e sociedade civil não se manterá estática, podendo sofrer influências dos portadores de direitos.Palavras-chave: direitos humanos - soberania popular - Estado - sociedade civil - democracia.: The text is an analysis on the critical chain to the relation between human rights and popular sovereignty in century XX, an interpretation according to which human rights mean each time more state intervention and, in concurrence, follow a processing of the democracy. In contrast of this position, we evidence that if it cannot think about human rights without state planning, experts and state employees for effect of implementation of them. This, if compromises the classic idea of popular sovereignty that assumes legislation politics on the part of the people, does not annul it indeed: since that if it does not intend to keep the classic pureness of this concept, does not seem to be incoherent to think the human rights, when guaranteed for the State, as the way, probably most important, of consolidation of the democratic life of a people. Soon, if the concretion of the human rights does not admit or it is not followed by the legislation of the people, is undeniable, however, that it is an enabling to one of its expression, with what, in result, the relation between State and civil society will not remain static, being able to suffer influences from the carriers of rights. (shrink)

Este artigo pretende discutir os conceitos de direito natural e propriedade no Iuri universi distributio (1578) e as suas conseqüências políticas no Methodus ad facilem historiarum cognitionem (1566) e no Les Six Livres de la République (1576), de Jean Bodin.

Marsilio de Pádua foi um pensador da Baixa Idade Média, autor de uma obra de Filosofia Politica que antecipou as grandes linhas da reflexão política moderna. No cerne destas discussões está a idéia de que o poder originário está no conjunto do povo, o legislador humano, e não num indivíduo ou grupo de indivíduos, prenunciando a tese tipicamente moderna da soberania popular.

Il s'agit de la première édition de cette oeuvre majeure de Bodin. Jusqu'ici seul le texte latin était disponible (éd. L. Noak, 1857), ou la traduction anglaise de 1975, par Mrs. Kuntz. Le texte donné ici est celui d'une traduction française anonyme écrite très tôt après la mort de l'auteur (1596), dans une langue proche de celle de la République. Bodin fait ici converser sept sages, un juif, un musulman, un catholique romain, un luthérien, un calviniste, un adepte de la (...) religion naturelle et un "ethnique" (indien d'Amérique) à propos des mérites de leurs religions respectives. Loin de donner l'avantage au christianisme, il semble montrer une certaine inclinaison au judaïsme qui fera les délices des libertins du XVIIe siècle... (shrink)

El propósito que guiaba a Bodin al escribir Los seis libros de la República era el de sentar las bases para un estudio teórico de la política, descuidada hasta entonces pese a ser la «princesa de todas las ciencias». El propio Bodin compara su empresa a la llevada a cabo, dos mil años antes, por los maestros de la Grecia clásica, si bien su referencia a las obras de Platón y Aristóteles está cargada de sentido crítico. Es preciso, en primer (...) lugar, que la nueva teoría política se haga cargo de todas las enseñanzas suministradas por la experiencia humana acumulada durante tan prolongado período histórico. En segundo lugar, es necesario romper el velo de «tinieblas muy espesas» que ocultaban aún, en aquellos tiempos, los «misterios sagrados de la filosofía política». Sólo si se procede así será posible, por un lado, colmar las lagunas que nos legaron filósofos tan venerables y, por otro, evitar los graves errores cometidos por quienes, después, han escrito alegremente sobre los asuntos políticos y que son culpables, sobre todo, por no haber tenido «ningún conocimiento de las leyes y, ni siquiera, del Derecho público». (shrink)

"An English translation of Colloquium of the Seven about Secrets of the Sublime, originally written in Latin in the sixteenth-century by Jean Bodin.

C'est le temps où Rembrandt et Descartes sont presque voisins à Amsterdam, où les spasmes des coeurs de la tulipe tournent les têtes, où la peste décime aveuglément... Francine n'est pas toujours mentionnée dans les notices biographiques de Descartes ; pourtant, la naissance, au cours de son séjour en Hollande, d'une fille, fruit d'une liaison avec une servante, correspond à la période la plus féconde de la vie du philosophe entre La Diotrique et le Discours de la méthode. Il croit (...) se pencher à travers Francine sur l'enfance de la raison, il est confronté à la déraison de l'enfance. (shrink)

This work has been selected by scholars as being culturally important, and is part of the knowledge base of civilization as we know it. This work is in the "public domain in the United States of America, and possibly other nations. Within the United States, you may freely copy and distribute this work, as no entity (individual or corporate) has a copyright on the body of the work. Scholars believe, and we concur, that this work is important enough to be (...) preserved, reproduced, and made generally available to the public. We appreciate your support of the preservation process, and thank you for being an important part of keeping this knowledge alive and relevant. (shrink)

EPITRE DE JEAN BODIN touchant l'institution de ses enfans à son neveu. Mon neveu , votre lettre m'a fort contenté et donné un singulier plaisir d'avoir ...

Historical Linguistics & Biblical Hebrew: Steps toward an Integrated Approach. By Robert Rezetko and Ian Young. Ancient Near East Monographs, vol. 9. Atlanta: SBL Press, 2014. Pp. xx + 699. $89.95.

Although the self is distinct from identity, this essay offers some insight into how identity is maintained—in the processes by which a self is formed, and through the actual content of the schemata that compose the self-concept. The author explains how in the 1920s utopian representations of a “new man” indicate the blank space where an aesthetic for the self can appear long before a theory of choice and commitment can exist in reality. Far from being a dramaturgical plan of (...) action, such utopian representations disorient the elements of discourse in order to prepare the way for the appearance of something inconceivable or inexpressible within this discourse. The theatricality produced in this oppositional public sphere—like that of Max Reinhardt, Bertolt Brecht, Ernst Toller, and later by Jean-Paul Sartre and Albert Camus—can thus be read as expressions of unfulfilled desire resisting the limitations of the present system and breaking beyond with self-defined narratives not yet realized in our everyday lives. (shrink)

The physical boundaries of office work have become increasingly flexible. Work is conducted at multiple locations outside the office, such as at clients’ premises, at home, in cafés, or when traveling. However, the boundary between indoor and outdoor environment seems to be strong and normative regarding how office work is performed. The aim of this study was to explore how office work may be conducted outdoors, understanding how it is being experienced by office employees and identifying its contextual preconditions. Based (...) on a two-year interactive research project, the study was conducted together with a Swedish municipality. Fifty-eight participants engaged in the collaborative learning process, including 40 half-day workshops and reflective group discussions, co-interviews, and participants’ independent experimentation of bringing work activities outdoors. Data was collected via interviews, group discussions and a custom-made mobile application. The results showed that a wide range of work activities could be done outdoors, both individually and in collaboration with others. Outdoor work activities were associated with many positive experiences by contributing to a sense of well-being, recovery, autonomy, enhanced cognition, better communication, and social relations, but also with feelings of guilt and illegitimacy. Conditions of importance for outdoor office work to happen and function well were found in the physical environment, where proximity to urban greenspaces stood out as important, but also in the sociocultural and organizational domains. Of crucial importance was managers’ attitudes, as well as the overall organizational culture on this idea of bringing office work outdoors. To conclude, if working life is to benefit from outdoor office work, leaders, urban planners and policymakers need to collaborate and show the way out. (shrink)

The paper traces the origin of the term State, the evolution of its concept and its relation with Right in ancient and medieval philosophy, and focuses then on Machiavelli and the classics of Political Philosophy of modernity. Next it turns to study the emergence of the concept of sovereignty in Bodin and Hobbes, which, together with the corpuses of law, characterize modern State. The exposition ends with the introduction, starting from Locke, of the idea that the first source from which (...) sovereignty originates is the people. And this being so, it becomes clear that the head of the State is a representative of the people or mandatary. The sovereignty of those who preside the State is sovereignty by trust. The way is thus definitely open for the theory of popular sovereignty, which by no means implies a discussion about sovereignty of State. Both are perfectly complementary and one cannot express itself without the other.El trabajo rastrea el origen del término Estado, la evolución de su concepto y su relación con el derecho en la Filosofía antigua y medieval, para centrarse luego en Maquiavello y en los clásicos de la Filosofía política de la modernidad. Estudia luego la aparición del concepto de soberanía especialmente en Bodino y en Hobbes, el cual, junto con el aparato legal, son los que caracterizan al Estado moderno. La exposición concluye con la introducción, a partir de Locke, de la idea de que la primera fuente de donde emana la soberanía es el pueblo. Y si esto es así, está claro que la cabeza del Estado es un representante del pueblo o un mandatario. La soberanía del que preside el Estado es una soberanía por fideicomiso. El camino está así definitivamente abierto para la teoría de la soberanía popular, la cual no implica de ningún modo una puesta en tela de juicio de la soberanía del Estado. Ambas son perfectamente complementarias e incluso, una no puede expresarse sin la otra. (shrink)