Abstract
Este artigo analisa a trajetória do Jardim da Infância da Escola Normal de São Paulo idealizada por republicanos paulistas que tinha como projeto a organização e modernização da instrução pública do estado em fins do século XIX. Mesmo fazendo parte do complexo construído para atender a educação do povo, o prédio idealizado para o Jardim da Infância não resistiu às pressões políticas e econômicas, e foi demolido em 1939. As razões da demolição deste prédio que pôs por terra a estrutura física e administrativa da instituição, que teria perdido relevância na história de sua constituição serão apontadas bem como os valores defendidos e praticados que indicavam a suntuosa arquitetura pensada para esta instituição. Razões que levaram ao desmonte dessa escola na década de 1930, com as possíveis consonâncias e dissonâncias entre as autoridades políticas estão indicadas e analisadas. As transformações urbanas e sociais a partir da Proclamação da República aceleraram o crescimento econômico o qual se traduziu em mais capacidade de investimento para a cidade e ajudou a consolidar o desejo da nova elite de produzir um novo espaço urbano para viver. A modernização da cidade acompanhou essa visão. O palco da nova vida devia ser moderno, confortável e bonito. Seduzido pela propaganda oficial estadonovista e fascinado pelas mensagens de progresso, o povo – sem perceber – aplaudiu a agonia da República e saiu às ruas para venerar Getúlio, pai dos pobres. As constantes reformulações do ensino, as transformações urbanísticas e verticalização da cidade possibilitaram a Prestes Maia dar prosseguimento ao seu Plano de Avenidas e ruir com o prédio original e monumental dessa instituição escolar pública de atendimento a primeira infância.