Abstract
Este artigo tenta mostrar que as paixões naturais não dão conta, por si sós, da passagem da natureza ao Estado, por mais que o medo seja importante no começo da sociedade. A soberania da reta-razão em Hobbes parece ser necessária à criação do Estado civil. A razão natural, mediante as leis de natureza, apenas proíbe a um homem destruir sua vida ou privar-se dos meios necessários para preservá-la. Só uma razão geométrica, reta, que calcula segundo regras razoáveis, pode operar a saída do estado de solidão em que os homens naturais se encontram inicialmente. O equacionamento da paz e da segurança para a vida satisfeita de cada homem impõe o cálculo que cria a unidade das vontades individuais, isto é, a forma geométrica do Estado soberano