Abstract

The relations of William of Champeaux, who began the founding of the abbey of Saint Victor in Paris, and Peter Abelard are known from the Historia calamitatum which the peripateticus palatinus wrote years after the event. We have no historical report that Abelard ever met Hugh of Saint Victor but already their contemporaries brought together their works in the manuscripts into which they copied them. A detailed analysis of their writings reveals tliat they had much more in common than is generally believed They both use the terms 'potentia', 'sapientia' and 'benignitas' to refer to the three persons of the Trinity, and together with Walter of Mortagne they both deal with the wisdom ('sapientia') of the incarnated second person. Also, together with Bernard of Clairvaux they discuss the necessity of baptism for salvation. All these questions are linked to the question of universals for which Abelard is a famous protagonist and the comparison reveals that Hugh's position, to which we have only indirect access, is quite close to Abelard's in its nominalist orientation but differs because he has a different concept of how we achieve knowledge about God. Hugh also develops a special position-not to be found in other authors of his day-on how words signify things in the Sacred Scriptures. /// As relações de Guilherme de Champeaux, o qual deu início à fundação da abadia de S. Vítor em Paris, e Pedro Abelardo são conhecidas pela Historia calamitatum escritas pelo peripateticus palatinus alguns anos depois do acontecimento. Não possuímos qualquer relato histórico segundo o qual Abelardo se terá encontrado com Hugo de S. Vítor, mas é certo que já os seus contemporâneos coligiram as obras de ambos nos manuscritos para os quais as copiaram. Uma análise detalhada dos seus escritos revela que ambos têm muito mais em comum do que geralmente se crê ser o caso. Ambos usam os termos 'potentia', 'sapientia' e 'benignitas' para se referirem às três pessoas da Trindade; em conjunto com Gualtério de Mortagne ambos se referem à sabedoria ('sapientia') da segunda pessoa incarnada; e em conjunto com S. Bernardo de Clairvaux ambos discutem a necessidade do baptismo para a salvação. Todas estas questões estão relacionadas com a questão dos universais em relação à qual Abelardo é um dos mais famosos protagonistas, revelando a comparação entre ambos que aposição de Hugo, em relação à qual temos apenas um acesso indirecto, está muito próxima da de Abelardo no que se refere à sua orientação nominalista, mas difere na medida em que ele tem um conceito diferente no que se refere ao modo como alcançamos conhecimento acerca de Deus. Hugo desenvolve também uma posição especial–a qual não se encontra em autores seus contemporâneos–acerca do modo como as palavras significam as coisas na Sagrada Escritura.