Pluralidade e diálogo inter-religioso: possibilidades e limites das atuais abordagens pluralistas

Trans/Form/Ação 41 (4):135-154 (2018)
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Abstract

Resumo: A questão que move este trabalho é a seguinte: é possível justificar e fomentar o diálogo inter-religioso, através das abordagens pluralistas atuais? Pretende-se empreender uma análise de duas teorias pluralistas, mostrando suas vantagens e limites, para justificar e fomentar o diálogo inter-religioso. Num primeiro momento, será feita uma breve introdução e contextualização dos problemas filosóficos gerados pela diversidade religiosa. Feito isso, serão apresentadas e discutidas duas teorias pluralistas atuais. Será focalizada primeiramente a teoria pluralista de John Hick, o qual possui uma proposta de justificação do pluralismo religioso que tem como ponto central a distinção, emprestada de Kant, entre a realidade fenomênica e a realidade numênica ou entre fenômeno e coisa em si. É daí que seu pluralismo pode ser chamado de pluralismo transcendental. Serão abordados e discutidos os principais conceitos, alcances e limites dessa teoria. Após isso, o mesmo se fará com a teoria de Victoria Harrison, conhecida como pluralismo internalista, que parte de uma adaptação do realismo interno de Putnam ao âmbito da diversidade religiosa. Por fim, esboçar-se-á uma avaliação comparativa das duas teorias, analisando-se as possibilidades e limites dessas teorias, no que se refere ao diálogo inter-religioso.: Is it possible to justify and promote inter-religious dialogue through current pluralistic approaches? This paper analyses two pluralist theories, showing their advantages and limits in justifying and promoting interreligious dialogue. First I make a brief introduction and contextualization of the philosophical problems generated by religious diversity. Next I present and discuss two current pluralistic theories. The first is the pluralistic theory of John Hick, which in justifying religious pluralism has as its central point the distinction, borrowed from Kant, between phenomenal and noumenal reality; Hick’s theory can be called transcendental pluralism. The second is Victoria Harrison’s theory, known as internalist pluralism. This theory is an adaptation of Putnam’s internal realism to the problems of religious diversity. Finally, I make a comparative evaluation of the two theories, analyzing their possibilities and limitations with regard to interreligious dialogue.

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