Dialogos 24 (2):325-341 (
2020)
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Abstract
Este artigo se insere no quadro maior dos estudos sobre as identidades no cristianismo antigo. A questão central é compreender de que formas as práticas populares se relacionam com o desenvolvimento e a manifestação das identidades cristãs. Como práticas populares elegemos as práticas de judaização, entre os não judeus adeptos da fé em Cristo, existentes no contexto das comunidades cristãs. A judaização é assim compreendida porque foge à instrução/controle das autoridades e da elite intelectual cristã. O recorte espaço-temporal do presente estudo são as comunidades cristãs da província da Ásia Proconsular, no território imperial romano, no século II d.C. O conceito de etnicidade é empregado no exame das cartas do bispo Inácio de Antioquia a comunidades cristãs da Ásia Menor de forma a iluminar possíveis motivações para uma manutenção da judaização entre não judeus crentes em Jesus em detrimento da forte recomendação de seu abandono pelas autoridades cristãs.